Irrita porque é mole demais para um seleccionador. Deve ser boa pessoa, gentil, inteligente e culto até. Mas não foi feito para ser seleccionador de Portugal. Só serve para ser adjunto e treinar putos. Os grúdos não o respeitam. Nem os jogadores, nem os jornalistas, nemos adeptos. A brincar, nem todos estes dos outros países, o que só enfraquece a nossa imagem colectiva.
Queiroz não serve para seleccionador de uma país tinhoso como Portugal, cujos os seus sofrem de bi-polaridade nacionalista: ora somos afectados por uma estúpida falta de auto-valorização nacional que nos torna miseráveis e desonrados perante a nossa herança histórica, patrimonial, cultural e até genética; ora somos tomados por um parolo sentimento territorialista e até colonial. Mas para mim pior é a auto-comiseração... e usamo-la para descarregar as nossas frustrações disparando em todas as direcções, críticas gratuitas que mais não servem do que... deitar-nos abaixo. Sofremos de falta de auto-estima crónica. E ainda por cima somos geniais.
Acontece, por isso, que na maior parte das ocasiões todo o nosso talento é derramado como a menina que vai à fonte com o cantarinho, cai e este parte-se...
É por isso que somos tinhosos, porque temos tanto de geniais, de especiais, como de mundanos, bacocos e tacanhos... Seria fácil sobrepôr os primeiros sobre os segundos. Seria fácil se em vez de um Queiroz tivessemos um Mourinho, um espécime tuga evoluído, dos que realizaram à nascença esta catarse de esmagar as características pessonhentas e deixar apenas as que deixam exibir o nosso brilho. O Mourinho - o próprio uma vez afirmou - só quer a selecção nas suas mãos quando tiver a idade do Trapatonni ou do Boby Robson (sendo que este já descansa na paz eterna). Não precisamos esperar 40 anos até que isso aconteça. Não faltam aí bons nomes de grande condutores de homens que percebem rodos de futebol: Manuel José é para mim o nome mais urgente, pois reclama esse merecidissimo prémio há muito.
O Manuel José percebe de bola, é uma velha raposa, também tem um conhecimento global do futebol. Até aqui está empatado como Queiroz. No que lhe ganha é no punho forte que tem, no respeito que impõe e no facto de não inventar em campo nem de ser 'cagão'. O Queiroz é frágil, até desperta pena. É sensivel e irrita-se facilmente com as críticas. Um treinador assim não sobrevive nesta arena cheia de leões. E este facto deixa-me com pena mas é da equipa, que deve sentir-se também fragilizada com a fraqueza do seu 'timoneiro'.
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